domingo, 30 de maio de 2010

Mais exemplos de persuasão




As figuras se explicam por si mesmas...

Retórica Clássica - Parte 02

Além disso, Aristóteles fixa a estrutura do texto em quatro instâncias seqüenciais e integradas: o exórdio, a narração, as provas e a peroração.

Exórdio
É o começo do discurso. Pode ser uma indicação do assunto, um conselho, um elogio, uma censura, conforme o gênero do discurso em causa. Essa fase é importante porque visa a assegurar a fidelidade dos ouvintes.

Narração
É propriamente o assunto, onde os fatos são arrolados, os eventos indicados. Segundo Aristóteles: "O que fica bem aqui não é nem a rapidez, nem a concisão, mas a justa medida. Ora, a justa medida consiste em dizer tudo quanto ilustra o assunto, ou prove que o fato se deu, que constituiu um dano ou uma injustiça, numa palavra, que ele teve a importância que lhe atribuímos". É propriamente a argumentação.

Provas
Se o discurso haverá que ser persuasivo, é mister comprovar aquilo que se está dizendo. Serão os elementos sustentadores da argumentação. Esta fase é particularmente significativa no discurso judiciário.

Peroração
É o epílogo, a conclusão, Pelo caráter finalístico, e em se tratando de um texto persuasivo, está aqui a última oportunidade para se assegurar a fidelidade do receptor, portanto, mais um importante momento no interior do texto. A ela se referia Aristóteles: "A peroração compõe-se de quatro partes: a primeira consiste em dispô-lo (o receptor) mal para com o adversário; a segunda tem por fim amplificar ou atenuar o que se disse; a terceira, excitar as paixões no ouvinte; a quarta, proceder a uma recapitulação"

Retórica Clássica - Parte 01


No campo da retórica clássica, era comum naquele tempo na Grécia que certas camadas sociais dominassem as normas da boa argumentação, pois a palavra na época exerciam grande importância. Em vista disso, filósofos de Sócrates à Platão escreveram sobre o assunto, porém tal assunto viria a se concretizar apenas com Aristóteles em seu livro “O Estagirita”.
O filósofo ainda impõe regras para que se confuna persuasão com retórica. Eis que seguem as regras:
1) a retórica não é a persuassão;
2) a retórica pode revelar como se faz a persuasão;
3) os discursos institucionais da medicina, da matemática, ou, da história, do judiciário, da família etc. são o lugar da persuasão;
4) a retórica é analítica (descobrir o que é próprio para persuadir);
5) a retórica é uma espécie de código dos códigos, está acima do compromisso estritamente persuasivo (ela não aplica suas regras a um gênero próprio e determinado), pois abarca todas as formas discursivas.

Signo e Significado

É necessário reconhecer a organização e a natureza dos signos lingüísticos, as ideologias, o eufemismo, e o discurso dominante e autorizado. O signo lingüístico é fundamental na criação de discursos ideológicos, verificando o seu desdobramento em significante e significado.



Informação sem persuasão

Utilizando o exemplo da revista Newsweek, o autor demonstra que na revista existe um discurso verbal com uma espécie de persuasão oculta e que é muito difícil rastrearmos organizações discursivas que escapem à persuasão.


Três grandes tipos de discurso

O livro A linguagem e seu funcionamento, Eni Orlandi apresenta três grandes modos organizacionais do discurso e como eles se utilizam da persuasão.

Lúdico:
Existe pouca persuasão tendendo em alguns casos a quase não apresentar imperativos. São geralmente poemas, músicas, produções artísticas, etc. A própria linguagem das crianças têm essas características.

Polêmico:
O conceito do discurso polêmico é bem dirigido a embates/debates, aonde é preciso apresentar argumentos na tentativa de convencer o interlocutor. As situações em que aparecem esse discurso são as mais variadas, indo de uma discussão entre amigos até uma explicação de matéria em sala de aula.

Autoritário:
Nesse discurso a palavra é tida como lei, não há possibilidade do receptor interferir ou modificar o que está sendo dito, ele deve apenas obedecer. Esse discurso é encontrado dentro da família, na igreja, quartel e até na comunicação de massa.

Discurso Literário

É o tipo de discurso que encontramos em livros didáticos, principalmente no ensino primário. Assim, no texto os elementos são organizados de forma a persuadir a criança do que é “certo e errado”, ou seja, ele constrói na mente da criança valores sociais. No entando, estes tipos de texto se mostram recheados de estereótipos e preconceitos, já que ao determinar padrões sociais para a “felicidade e harmonia”, aquelas crianças que não estiverem incluídas neste padrão serão infelizes. Tais padrões incluem amizade, família, amor, comportamento, posição social, dentre outros. Abaixo, um exemplo:


O Cascão, por ser uma figura muito conhecida, faz com que a tirinha não precise de explicações para o entendimento. Fica subentendido então na tirinha um padrão de comportamento de que a criança (no caso, um menino) deve tomar banho ou não terá uma namorada.